Há tantas formas, mas algumas são mais notáveis que as outras, algumas fazem mais sentido num contexto onde estas nunca cumprirão totalmente o seu propósito?
Posso começar por referir que este se trata de um texto sobre uma música. Que adoro essa música. E que pode ou não ser tudo ficcional, tal como já devem ter entendido, a Alice não existe verdadeiramente, é apenas uma fachada para alguém que prefere este pseudónimo ou mesmo heterónimo - sim, se for como ontem, acho que realmente estou a começar a criar heterónimos, devido a momentos esquizofrénicos que têm havido, devido ao curso de Básica.
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Olho lá para fora. Chove sem chover. Está sol, no entanto, é como se, para mim, chovesse. Porquê? Porque reparo cada vez mais na futilidade do que me rodeia.
Ouço um som vindo da TV do piso de cima:
É o noticiário na sua versão o mais barulhenta possível, para o poder ouvir, mesmo estando no rés-do-chão e o som vir do primeiro andar ou, se calhar, do segundo, agora que penso bem, os do segundo piso é que costumam pôr a televisão e os outros aparelhos sonoros com o volume alto.
Abstraio-me um pouco mais e observo mais uma vez o cenário exterior. Um dos meus vizinhos está a lavar o seu camião há mais de dez minutos, água sempre a correr, estrada encharcada por momentos, antes da mesma secar por causa dos quase quarenta graus que estão. Molha-se a ele mesmo, para abrandar o calor que sente na sua pele que mais parece a de um pimento vermelho. E viva os dois em um.... não é suficiente para ele estar a sujeitar-se a uma doença de pele grave, tal como também tem que gastar água desnecessariamente dia sim dia sim para dar banhos de meia hora ao seu carro. Sei que não sou o ser mais saudável do mundo - para mim ou para o mundo - mas tenho alguns cuidados. O de não deixar o lixo espalhado por aí, como posso ver no candeeiro à frente da minha janela, cujo lixo que o rodeia deixa um magnífico odor putrefacto, não me permitindo a abertura da janela do quarto. Não só não reciclam (e há um ecoponto a vinte metros, se tanto) como não se importam se o lixo deles vai incomodar os outros. E, mesmo assim, cá me aguento sem ligar ventoinhas - só o computador é que está ligado, e é por necessidade, pois estou a trabalhar num trabalho para entregar para a semana.
É esse o mal da sociedade, penso para mim mesma. Uma sociedade, hoje em dia, mais parece um conjunto de pessoas que, intencional ou não intencionalmente, vivem para degradar a vida do próximo e do local onde habitam.
Mais um parágrafo. Já acabei o meu trabalho. Tenho que o imprimir. Está imprimido. Folheio-o e no fim releio o seu título.
Os dias de hoje e a (possível) ausência do amanhã.
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Olho lá para fora. Chove sem chover. Está sol, no entanto, é como se, para mim, chovesse. Porquê? Porque reparo cada vez mais na futilidade do que me rodeia.
Ouço um som vindo da TV do piso de cima:
«Aquecimento global continua a aumentar. As temperaturas no país também. Prevê-se secas em, no mínimo, três distritos. Outros quatro estão em alerta vermelho, por causa das elevadas temperaturas e ameaça de rarefacção da água. Recomenda-se uma protecção solar no mínimo de factor 40, e que não se desperdice água.»
É o noticiário na sua versão o mais barulhenta possível, para o poder ouvir, mesmo estando no rés-do-chão e o som vir do primeiro andar ou, se calhar, do segundo, agora que penso bem, os do segundo piso é que costumam pôr a televisão e os outros aparelhos sonoros com o volume alto.
Abstraio-me um pouco mais e observo mais uma vez o cenário exterior. Um dos meus vizinhos está a lavar o seu camião há mais de dez minutos, água sempre a correr, estrada encharcada por momentos, antes da mesma secar por causa dos quase quarenta graus que estão. Molha-se a ele mesmo, para abrandar o calor que sente na sua pele que mais parece a de um pimento vermelho. E viva os dois em um.... não é suficiente para ele estar a sujeitar-se a uma doença de pele grave, tal como também tem que gastar água desnecessariamente dia sim dia sim para dar banhos de meia hora ao seu carro. Sei que não sou o ser mais saudável do mundo - para mim ou para o mundo - mas tenho alguns cuidados. O de não deixar o lixo espalhado por aí, como posso ver no candeeiro à frente da minha janela, cujo lixo que o rodeia deixa um magnífico odor putrefacto, não me permitindo a abertura da janela do quarto. Não só não reciclam (e há um ecoponto a vinte metros, se tanto) como não se importam se o lixo deles vai incomodar os outros. E, mesmo assim, cá me aguento sem ligar ventoinhas - só o computador é que está ligado, e é por necessidade, pois estou a trabalhar num trabalho para entregar para a semana.
É esse o mal da sociedade, penso para mim mesma. Uma sociedade, hoje em dia, mais parece um conjunto de pessoas que, intencional ou não intencionalmente, vivem para degradar a vida do próximo e do local onde habitam.
Mais um parágrafo. Já acabei o meu trabalho. Tenho que o imprimir. Está imprimido. Folheio-o e no fim releio o seu título.
Os dias de hoje e a (possível) ausência do amanhã.
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